Slytherin Queen | Embarque

— Blaise Zabini! Se você não sair desse quarto agora você não vai a Hogwarts! — gritou Florian.

"Ele conseguiu irritar o Florian… Eu que não quero ver se a gente se atrasar," disse Adelaide, "Se bem que nem estamos atrasados."

Estavam indo àquele horário apenas por capricho da mãe, que não queria esbarrar em Nascidos-Trouxas. Adelaide, sinceramente, não se importaria - preferiria até sair um pouco mais tarde -, desde que conseguisse tomar um dos vagões mais próximos à saída.

— Vamos ver pelo menos um sangue-ruim se não sairmos em cinco minutos — murmurou Elizabeth.

Aquele termo. Sangue-ruim. Era incômodo, como as pessoas poderiam simplesmente desprezar as outras por sua linhagem de sangue.

Marco, da sacada da casa, soltou uma gargalhada.

— Já estão indo?

— Já. Mamãe decidiu que vai vir conosco e não quer esbarrar em Nascidos-Trouxas — respondeu Adelaide.

— Ah, entendo. Feliz aniversário.

— Blaise vai para Hogwarts. Se tem alguma coisa que esse aniversário será, é irritante.

Blaise finalmente saiu do quarto, já vestido com as roupas da escola, como seus irmãos. Adelaide, entretanto, teve vontade de rir. Ele não vinha de boa vontade, mas arrastado pela gola da capa por Florian.

— Vamos? — perguntou o garoto.

— Vamos.

 

No trem, Blaise estava questionando os seus irmãos sobre quem ia ficar em qual vagão.

— Então, todos ficam em vagões separados? — perguntou Blaise.

— Sim — respondeu Elizabeth, focada em seu caminho — Ninguém se suporta o suficiente.

Adelaide seguiu seu caminho após seus irmãos ocuparem seus respectivos vagões, focada em seu pergaminho ao andar pelo corredor. Estava conversando com as amigas.

Elas costumavam se sentar no último vagão do trem, bem nos fundos, onde ninguém mais costumava estar.

Não demorou muito, entretanto, para que ela esbarrasse em alguém.

— Olhe por onde anda — ela disse irritada.

— Eu acho que quem tem que olhar por onde anda aqui é você — respondeu o garoto.

Bastou um olhar para a cara dele que ele pode reconhecer quem ele era. Um Weasley; um dos gêmeos, aparentemente, a julgar pelo outro garoto atrás dele.

— Weasley, meu bem, se você, que estava olhando para a frente, não foi capaz de desviar de mim, eu acho que a culpa não é minha.

Adelaide continuou andando, sem se dar ao trabalho de se desculpar, apenas seguindo em direção ao seu pedaço de paz no fim do trem.

Era o que ela pensava.

— Há um problema: não tem espaço para você — disse Laura, freneticamente tentando reunir suas coisas — Eu te juro que tento, mas eu não consigo.

Adelaide suspirou. Estava cansada da desorganização de Laura, e sua habilidade de espalhar suas coisas por todo lugar possível de se ocupar.

— Droga.

— Não se preocupe, Elle — disse Dianne — Deixe suas coisas aqui e vamos para o outro vagão.

Dianne seguiu Adelaide até o vagão da frente, onde, infelizmente havia um garoto.

Era ligeiramente mais bonito que os outros que conhecia, ela notou, porém trazia consigo itens amarelos e pretos. Lufa-Lufa.

— Saia daqui — disse Adelaide.

Ele franziu a testa.

— Por quê?

— É o meu vagão.

— Não tem vagão marcado.

— Mas esse é o meu.

— Você não tem o direito de me expulsar.

Adelaide olhou para o garoto como se ele fosse idiota. Por fim, respirou fundo, e decidiu tentar ser um pouco mais diplomática.

— Olha, existe um monte de outros vagões com gente da Lufa-Lufa. Por que você não se senta em um deles?

— Porque estão todos cheios. E existe um monte de vagões com gente da Sonserina. Por que você não se senta em um deles?

— Porque esse é o meu.

— Então sente-se aqui, não faço objeção. Mas você não pode me expulsar!

Ao ver que o pescoço do menino estava ficando vermelho, Adelaide olhou para Dianne, em busca de uma opinião. Dianne suspirou e delicadamente guiou a amiga para o assento à frente dele.

Adelaide pensou que poderia, ao menos, ter um pouco de paz lá. Dianne, entretanto, com sua sede de barulho, decidiu iniciar uma conversa.

— Você é Cedric Diggory, estou certa? — perguntou. Dianne e sua linda memória.

O garoto assentiu.

— Dianne Rowle. E esta é Adelaide...

— Adelaide Holmes — interrompeu Cedric, timidamente — Certo?

Adelaide deu um pequeno e amargo sorriso. Em seu primeiro ano em Hogwarts, logo após a seleção para a Sonserina, Dianne abrira um berrador gritando “Feliz 12º aniversário, Sonserina!”

Aquilo foi vergonhoso, mas ela imaginou que devia ser o motivo pelo qual ele lembrava o nome dela.

— Sim, sou eu.

Ele riu. Ela suspirou, irritada.

— Você achou engraçado, né?

— Que você nunca azarou ninguém por causa disso? Sim.

Adelaide estreitou os olhos.

— Posso te azarar agora por isso — ela disse, girando a varinha nos dedos.

— Elle, não — disse Dianne.

Adelaide bufou, e se recostou no assento. Sabia que Dianne não permitiria que ela fizesse qualquer coisa.

Dianne, falante como sempre, continuou a conversa. Adelaide, entretanto, decidiu que não queria falar. Cansou de pessoas pelo dia.

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