Slytherin Queen | Hogwarts

Enquanto pegavam suas malas,

Dianne e Adelaide faziam o possível para conversar com as amigas.

— Havia mais alguém em seu vagão? — perguntou Laura.

— Cedric Diggory — respondeu Adelaide — Ele está em seu… 

Adelaide olhou para Sarah, em dúvida. Não sabia como sinalizar “ano”.

Turma? Ano? — demonstrou Sarah.

— Ele está em seu ano, certo?

Dianne sorriu, e prendeu o cabelo, castanho avermelhado. Depois de quase cinco minutos mudando a cor dele sem parar, parecia ter se decidido por esta.

Certo. Eu pareço um Weasley por acaso? — sinalizou para Sarah.

Torne seus olhos verdes. Vibrantes. Nenhum deles tem essa cor — disse Sarah.

— Ótimo. Vamos? — perguntou Laura, estendendo a mão.

— Vamos — responderam as garotas.  

Os testrálios das carruagens estavam especialmente inquietos hoje.

Adelaide queria acreditar que era porque estavam apenas estressados, mas ela podia jurar que era algo além disso.

Sarah cutucou Adelaide para chamar sua atenção.

Elle, você está bem?

Os testrálios estão agitados. Há algum tipo de magia mais forte por aqui, eu suponho. Mas não imagino o que seja.

Estranho. Venha. — disse Sarah, estendendo a mão para ajudá-la a subir na carruagem.

Adelaide se acomodou à mesa, em seu lugar costumeiro. Era o início da cerimônia de seleção das Casas.

Adelaide não estava realmente atenta à canção do Chapéu Seletor. Estava pensando em que magia seria tão forte a ponto de chegar aos testrálios, quando sua linha de pensamento foi interrompida.

— Teremos mais uma vez a adivinha das Casas de Hogwarts? — perguntou Eric Marshall.

Eric estava na turma de Adelaide. Era, de longe, uns dos mais inteligentes, e das poucas pessoas que Adelaide respeitava.

— É claro — disse Adelaide — Ou eu não me chamo Adelaide Holmes.

— Há pouca gente este ano, não é?

Adelaide observou a área ocupada pelos primeiranistas. Era realmente muito menor do que o que ela se lembrava da própria seleção, pelo menos.

— São as crianças nascidas na Guerra — disse Florian.

Ah, claro. A Guerra Bruxa. Em que o Lorde das Trevas havia jurado exterminar todo Nascido-Trouxa e simpatizantes do mundo bruxo.

Adelaide suspirou. Não gostava de lembrar-se da situação, mesmo nunca tendo vivido naquela época.

— Fiquem quietos; quero ouvir os nomes — ela disse.

“Hannah Abott!” chamou a professora McGonagall.

— Lufa-lufa — murmurou Adelaide, com desdém. Correto.

Susan Bones!

— O mesmo — ela estava correta.

Terry Boot!

Ela teve de ponderar um pouco dessa vez.

— Corvinal — certa de novo.

Maddie Brocklehurst!

Adelaide franziu a testa. Sem sangue bruxo, não poderia adivinhar de primeira.

— A cada ano há mais sangue-ruins nessa escola — suspirou Elizabeth.

Adelaide bufou. Não gostava daquele termo e protestaria discretamente contra ele enquanto pudesse.

Corvinal — correto.

Lavender Brown!

— Grifinória.

E ela não errava. Tanto para Millicent Bulstrode — Sonserina —, quanto para Justin Finch-Fletchley — Lufa-lufa —, e muitos outros, os palpites estavam corretos.

Harry Potter!

Ela inclinou a cabeça em interesse. O garoto que sobreviveu. Ergueu as costas um pouco para dar uma boa olhada no garoto, antes que os olhos dele fossem cobertos pelo Chapéu.

— Então? — questionou Eric.

— Estou ponderando.

E ponderou. Custou-lhe uns bons três ou quatro minutos para decidir.

— Sonserina.

— Está apostando alto — disse Florian — Mamãe conta que os pais dele eram da Grifinória. Talvez tenha puxado a eles.

— Ela também conta que a mãe dele era amiga de Snape. Se ele for parecido o suficiente com ela, há chances de ele vir para a Sonserina — rebateu Adelaide.

Adelaide olhou para o Chapéu Seletor, ansiosa. Potter precisava ser da Sonserina. Se não porque ele possuía todo o necessário, porque ela precisava manter seu orgulho intacto.

— Ficará melhor na GRIFINÓRIA!

Adelaide estava perplexa. Harry Potter. Na Grifinória. Mas o que era isso?

— Te disse — disse Florian.

Houve ainda mais algumas crianças, e então era a vez de Blaise. Adelaide nem se deu ao trabalho de verbalizar seu palpite. Já sabia que ele viria para a Sonserina.

Após a seleção de Blaise — corretamente profetizada por Adelaide —, a Prof. McGonagall se retirou da frente da mesa principal.

Dumbledore agora se levantara. Sorria para os alunos, um sorriso grande demais para qualquer professor que se prezasse naquela escola.

— Sejam bem-vindos — ele disse — Sejam bem-vindos para um novo ano em Hogwarts! Antes de começarmos nosso banquete, eu gostaria de dizer algumas palavrinhas: Pateta! Chorão! Destabocado! Beliscão! Obrigado.

E sentou-se.

— O que foi isso? — questionou Eric.

Adelaide riu fraco. Eric era inteligente, mas ele lidava pouco com charadas e, consequentemente, a lógica. Por que faria isso, não é mesmo? Magia em geral não envolvia lógica e muitos bruxos não faziam nem questão de tentar usá-la

— Insultos — respondeu Elizabeth — De acordo com as casas.

— Como assim?

— Não estou com vontade de explicar. Adelaide, você entendeu?

— Entendi.

— Explique a ele.

— Estou sem paciência.

Eric bufou. Sabia que não receberia a explicação de ninguém ali.

— Só te resta comer, meu amigo — disse Florian — Só te resta comer.

Elizabeth se pôs em frente à parede de pedras.

Lago Negro — disse Elizabeth — Se alguém se esquecer de checar o quadro de avisos este ano, não vou socorrer ninguém.

As pedras deslizaram, revelando a sala comunal. Adelaide entrava ali quase todo dia havia quase três anos e nunca deixava de se impressionar pelo local.

Do chão negro às janelas escuras, era uma sala digna das famílias mais antigas do mundo bruxo.

— Lembrando a todos: o toque de recolher é à meia-noite; se eu vir algum de vocês fazendo brincadeira com os... Nascidos-Trouxas... Sonserinos, principalmente os mais novos, vou te amaldiçoar pessoalmente; garotos não são permitidos nos dormitórios femininos e vice-versa;  e pelas barbas de Merlin: a expressão de preconceitos não será admitida dentro desta Casa. Entendido?

— Entendido — disseram todos.

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